A economia brasileira encerrou o terceiro trimestre com contração de 1,41 por cento, o quarto seguido de perdas num cenário de profunda recessão e que não indica melhora antes do segundo semestre de 2016. Só em setembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) --espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB)--, houve queda de 0,50 por cento, depois de cair 0,76 por cento em agosto.
O terceiro trimestre é o quarto seguido em que o IBC-Br mostra recuo, após taxas negativas de 2,09 por cento no segundo, 1,05 por cento no primeiro e de 0,50 por cento no quarto trimestre de 2014.
“Talvez vejamos algum fôlego no segundo semestre de 2016, quando devemos sair desse vale de mercado de trabalho ruim e desaceleração da renda, e estaria mais claro qual o cenário da questão fiscal”, disse a economista do banco ABC Brasil Natalia Cotarelli, para quem o PIB deve encolher 3,2 e 2 por cento em 2015 e 2016, respectivamente.
O resultado do IBC-Br evidencia ainda mais o cenário de recessão do país, na qual o Brasil entrou no segundo trimestre, quando encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores segundo os dados do IBGE.
Nesse ambiente, os resultados negativos de vários setores da atividade vêm se repetindo de forma recorrente, somando-se aos juros e inflação altos, piora do mercado de trabalho e confiança em deterioração.
“É difícil enxergar quando haverá uma virada da economia porque depende muito da confiança, mas esperamos estabilização ao redor do segundo semestre do ano que vem”, avaliou o economista da consultoria Tendências Rafael Bacciotti. Fonte: Reuters